O GP para interiores está a mudar a forma como nos deslocamos pelo ambiente urbanizado. Já está a inspirar uma nova geração de arquitetos, designers, estrategas do retalho e especialistas em ergonomia, entre outros, a repensar nos espaços em que vivemos e trabalhamos. Mas para assegurar que os novos serviços baseados em localização em interiores funcionam da forma ideal é preciso fazer algumas escolhas tecnológicas importantes. Qual é a melhor forma de os implementar?

Eis o que precisa de saber sobre os principais candidatos neste domínio dinâmico e em rápida evolução.

Em vez de depender de ondas de rádio invisíveis, como é o caso de uma rede sem fios, a VLC utiliza flutuações de luz impercetíveis ao olho humano para trocar dados arbitrários com os sensores das proximidades, o que permite identificar a localização de um utilizador ou objeto num mapa de um espaço interior. Entre os recetores comuns de VLC incluem-se câmaras de smarphone, computadores portáteis e dispositivos IoT equipados com sensores de luzes. Um exemplo de utilização comum seria utilizar um smartphone para a navegação por interiores. Um utilizador dirige uma câmara frontal de um dispositivo para o teto, a partir do qual o sistema de iluminação emite sinais.
 

Pontos fortes:

• A VLC é a solução de posicionamento interno mais exata, sendo capaz de atingir uma resolução de localização até 30 cm ou até menos.
• A VLC já é possível através de inúmeras soluções de iluminação conectada disponíveis atualmente; as luminárias do seu edifício podem já estar preparadas para a VLC.
• A maioria das câmaras de smartphone comercializadas pode ler dados de VLC, o que significa que os visitantes não precisam de novo hardware.
• A VLC oferece rápidas correções de localização e atualizações de posição. Pode definir uma localização em 0,1 segundos e atualizá-la a cada 0,2 segundos.
   

Pontos fracos:

• A VLC requer uma linha de visão clara entre as luminárias e os sensores.
• A VLC não funciona quando as luzes estão apagadas ou muito fracas.

O Bluetooth surgiu como uma tecnologia de rede pessoal para facilitar a ligação sem fios de dispositivos relacionados, como um teclado e um computador ou um smartphone e auscultadores. É extremamente comum nos dispositivos vestíveis e na tecnologia inteligente pessoal, sendo também frequentemente encontrado em dispositivos IoT.
 

Pontos fortes:

• O hardware Bluetooth é relativamente barato, como tal pode ser adicionado a uma infraestrutura de rede a custos aceitáveis.
• A maioria dos dispositivos inteligentes portáteis são compatíveis com Bluetooth.
• O Bluetooth não requer uma linha de visão.
• Embora a potência do sinal seja menor, o Bluetooth pode penetrar pelo vestuário e por alguns artigos pessoais.
   

Pontos fracos:

• O Bluetooth tem de emparelhar com o WiFi para atingir taxas de transferência de dados que consigam processar grandes quantidades de dados.
• Os sistemas de posicionamento Bluetooth comuns têm uma precisão de apenas 2 a 3 metros.
• A utilização do Bluetooth para posicionamento interno requer as implementações de inúmeros beacons, até centenas consoante a dimensão do espaço. Muitas vezes, estes são alimentados a bateria, o que representa um peso adicional a nível da instalação e da manutenção.

WiFi é o nome comercial da família relacionada de padrões de rede sem fios que chegou ao mercado no ano 2000.

Pontos fortes:

• A WiFi é tão bem-sucedida e estão tão generalizada que é praticamente universal. Isto significa que praticamente todos os edifícios já têm uma infraestrutura de rede WiFi implementada e que praticamente todos os visitantes já têm, pelo menos, um dispositivo preparado para WiFi.
• O WiFi não requer linha de visão e pode penetrar pelo vestuário e pequenos artigos pessoais como pastas, mochilas e malas.
• As redes WiFi modernas tem uma largura de banda extremamente alta e, em alguns casos, rivalizam com as redes com fios.
• A simples medição da potência de sinal entre um dispositivo e os pontos de acesso WiFi disponíveis fornece dados de posição aproximada, o que significa que pode começar a desenvolver serviços de localização para interiores sem hardware adicional e com um esforço de software mínimo.

Pontos fracos:

• Embora os sistemas de WiFi especificamente concebidos para localização em interiores com sistemas de antenas tenham uma precisão até duas dezenas de centímetros, as implementações de WiFi habituais oferecem a mais baixa precisão das soluções de posicionamento interior: no máximo até cinco metros.
• O WiFi é concebido para fiabilidade, mas está sujeito a interferências e latência que podem reduzir o desempenho.
• Os rádios WiFi consomem mais energia do que algumas soluções sem fios, especialmente a BLE (Bluetooth Low Energy).